O choro da mãe parecia crescer, reverberando nos corredores estreitos do hospital como se estivesse preso nas paredes. Era um som que prendia a respiração, que arrancava o ar de qualquer pessoa ao redor. Luna Santiago permanecia parada, imóvel, as mãos trêmulas ainda segurando o prontuário que entregara minutos antes. Tudo nela parecia frágil: o uniforme amarrotado após horas seguidas de plantão, o cheiro de álcool impregnado nas mãos, os olhos vermelhos pelo esforço. Mas era a expressão da mãe que realmente a destruía.— Você disse que ele estava melhorando! — a mulher gritou, descontrolada, lágrimas escorrendo pelo rosto. — Você disse que meu filho ia sobreviver! Você mentiu! Você matou ele!Aquelas palavras foram certeiras, afiadas, atravessando Luna como lâminas. Ela tentou falar, tentou explicar, mas a voz simplesmente não saiu. Era impossível se defender diante de uma mãe que tinha acabado de perder tudo.Um segurança se aproximou, segurando a mulher pelos ombros, tentando afast
Leer más