A mansão parecia outra depois da visita de Isabella. O silêncio que antes era apenas frio agora tinha camadas — tensão, lembranças, ecos de algo não dito.
Depois do jantar, Luna levou Elias até o quarto dele. A claridade suave da luminária azul deixava o ambiente tranquilo. O menino caminhou até a cama, mas não se deitou. Ficou parado, segurando o carrinho quebrado entre os dedos.
Luna se aproximou devagar.
— Posso consertar isso para você — murmurou.
Ele hesitou. Depois entregou o carrinho.
Aquele gesto, pequeno e silencioso, foi mais um voto de confiança.
Ela se sentou no tapete e começou a encaixar as peças. O menino observava cada movimento.
Ele era atento.
Muito atento.
Um observador silencioso do mundo que o machucara.
— Sabe… — ela disse, sem esperar resposta. — Às vezes, quando eu era criança e ficava com medo, eu tentava respirar bem devagar. Como se o ar fosse uma onda me abraçando.
Elias piscou.
— Quer tentar comigo?
Nenhum movimento.
Mas ele se sentou no chão.
Luna respiro