Elara chegou ao trabalho mais cedo que o habitual, como se mudar a rotina pudesse silenciar a mente. O prédio ainda vazio, os corredores quietos demais, só tornavam os pensamentos mais altos. O silêncio, agora, era um inimigo. Ela deixou a bolsa sobre a mesa, ligou o computador, mas não conseguiu se concentrar. As palavras na tela se misturavam, sem sentido. Kael. Leon. A conversa da noite anterior. O vazio que ficou depois. Respirou fundo e se levantou, indo até a copa para buscar café. Precisava de algo quente, algo concreto, algo que a puxasse de volta para o presente. — Você também não dormiu, né? A voz veio de trás dela. Elara se virou devagar e encontrou Kael encostado na bancada, o terno impecável contrastando com as olheiras discretas e o olhar cansado. Seu estômago se contraiu de imediato — não de surpresa, mas de impacto. — Bom dia pra você também — ela respondeu, tentando manter a neutralidade. Kael sorriu de leve, sem humor. — Leon ainda não chegou? O nome caiu ent
Ler mais