Elara percebeu que algo havia mudado antes mesmo de entrar no prédio da empresa.Não era um acontecimento concreto, nem uma mensagem inesperada — era uma sensação. Como se o ar estivesse mais denso, como se cada passo exigisse atenção redobrada. O tipo de pressentimento que não grita, mas insiste.O saguão estava mais movimentado que o normal. Vozes cruzadas, passos apressados, olhares curiosos demais. Ela passou pela catraca tentando ignorar a impressão incômoda de que, de algum modo, estava sendo observada.No elevador, o espelho devolveu uma versão dela que parecia firme. Postura reta. Expressão neutra. A máscara perfeita de quem sabia exatamente o que estava fazendo.Mas por dentro, tudo era fricção.Quando chegou ao andar, encontrou Leon encostado na mesa de uma das assistentes, conversando em tom baixo. Ele ergueu o olhar assim que a viu — imediato, atento — e algo em sua expressão mudou. Não alívio. Não tensão.Cuidado.— Bom dia — ele disse, aproximando-se. — Dormiu um pouco m
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