Lilly Passei a maior parte da noite acordada, revirando na cama improvisada, como quem tenta fugir de pensamentos que insistem em grudar na cabeça. O quarto estava mergulhado em silêncio, exceto pelo som compassado da respiração de James na cama ao lado. Ele dormia profundamente, com o rosto relaxado, os lábios entreabertos e um ar tranquilo que me irritava um pouco — como se nada tivesse acontecido, como se não estivéssemos presos numa situação completamente absurda. Quando o sol começou a se infiltrar pelas frestas da cortina, tingindo o quarto de um dourado suave, eu já estava desperta há horas. Rolei para o lado e fiquei observando-o por alguns segundos, sem querer, tentando entender que tipo de homem dormia ali, tão próximo, e também tão distante. Ele parecia alheio a tudo — à confusão, ao casamento forçado, a mim. Tive vontade de rir, e de chorar também. Como alguém podia parecer tão indiferente diante de algo tão surreal? Suspirei e me sentei na cama, abraçando os joelh
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