Lilly
Eu fiquei alguns minutos parada no centro do quarto, com a toalha enrolada no corpo e o cabelo ainda pingando, como se a vida tivesse me dado um pause involuntário. O silêncio do quarto era tão espesso que parecia ter peso. Era bom não ouvir a voz do James por perto, não sentir aquela energia confusa dele esbarrando na minha, mas a ausência dele também criava um vazio estranho, como se eu estivesse numa casa grande demais, onde os passos ecoavam dentro da minha cabeça. Não sabia o que fazer com aquilo. Nem com a mim mesma.
A verdade é que eu queria ir embora. Sumir naquele mesmo instante, pegar um voo, atravessar o oceano e me enfiar debaixo das minhas cobertas em São Francisco, com meus livros empilhados na cabeceira e minha rotina certinha esperando por mim. Eu queria ser a garota de sempre, a que passava o sábado inteiro escrevendo artigos da universidade, a que fazia planos, listas, cronogramas e nunca surpreendia ninguém — nem a si mesma.
Mas eu tinha prometido um a