AntonellaEu não dormi direito.Fechei os olhos algumas vezes durante a madrugada, mas toda vez que eu alcançava o limite entre o cansaço e o sono, a ansiedade tomava o espaço. O corpo doía. A mente parecia um quarto pequeno onde cada pensamento batia nas paredes e voltava mais barulhento ainda.E quando finalmente adormeci… lá estava ele.Alonzo.O sonho começou suave, como se fosse um daqueles filmes antigos que passam à noite, onde tudo é luz baixa e respiração presa no peito. Eu estava numa sala enorme, a sala dele, mas vazia, como se só existíssemos nós dois no mundo.Ele entrou devagar, com aquela postura rígida, o terno perfeitamente alinhado, o olhar frio… até que me viu. Foi como se uma muralha desmoronasse dentro dele.Ele caminhou até mim, não rápido, não desesperado, mas com a precisão de alguém que enfim encontrou o que perdeu.— Antonella… — ele disse no sonho, a voz baixa, rouca, quente.Meu coração bateu errado, como sempre bate com esse homem. De repente, ele caiu de
Ler mais