Antonella
Quando a porta da casinha que eu tinha alugado em Toronto se fechou atrás de nós, senti as pernas fraquejarem. Eu ainda segurava o carrinho triplo com força, como se fosse um escudo. Assim que minha avó trancou a porta, larguei o carrinho, dei dois passos para trás e desabei no sofá.
— Vovó, eu sou uma idiota. — falei, com a voz falhando. — Uma idiota completa.
Ela veio até mim, sentou ao meu lado e segurou minha mão com calma.
— O que você acha que fez de tão errado assim, minha menina?
Eu ri sem humor.
— Eu juro pra senhora… ele nunca teve tempo pra sair. Alonzo nunca foi num shopping. A vida dele sempre foi a mansão e o escritório. As chances dele encontrar a gente naquele shopping eram zero por cento. E mesmo assim, ele apareceu. Bem na minha frente. Na frente dos meninos.
Minha avó respirou fundo.
— O mundo não gira só pra te machucar, Antonella. Às vezes ele só te coloca onde você não quer, pra você decidir o que vai fazer.
— Não parece isso. — esfreguei o rosto. — Eu