LaylaO salão ainda brilhava quando a culpa mordeu de novo, no mesmo lugar de sempre. Eu estava ao lado de Bart, taças tilintando, fotógrafos piscando como vagalumes domesticados, e a lembrança do que fiz com Kaleo veio inteira, sem pedir licença, a parede fria, a boca quente, o sim que eu dei com o corpo antes de lembrar do meu nome. Joguei água no rosto no banheiro e, no espelho, eu era duas… a mulher que ama o namorado e a que incendiou o próprio juízo por um homem que deveria odiar.Voltei para a mesa, e Bart apertou minha mão sob a toalha.— Tudo bem, amor?— Está sim. — menti — Um pouco tonta. Muita gente, pouca janela.— Vamos sair cedo. — ele disse, gentil — Já pedi o carro. É um sedã da empresa. Motorista de confiança.Assenti. O rosto de Bart, bonito e correto, merecia uma versão melhor de mim. Eu tentei dar. Mas, ao atravessar o salão para a saída, uma sombra azul prendeu meu passo. Kaleo, encostado numa coluna, conversava com alguém que importava. Não para mim. O olhar de
Ler mais