Layla
O mundo inteiro era uma estrada com luzes demais.
Foi nesse instante que o farol alto de outro carro ofuscou a cena e uma porta bateu.
— Layla! — a voz de Bart cortou o ar — Layla!
Ele correu, peito arfando, celular na mão.
— Meu Deus, você está bem? — agarrou meus ombros, me puxando para ele — O que aconteceu? Augusto, você está louco?
— Perdi os freios, senhor. — o motorista tentou explicar, abatido — Fiz o que pude. Eles… — apontou os SUVs — eles seguraram a gente.
Bart virou para Kaleo. O “obrigado” morreu nos lábios, substituído por um sorriso que não alcançou os olhos.
— Que coincidência feliz. — ele disse, polido como faca de cozinha.
Kaleo não piscou.
— Coincidências adoram estradas.
Eu me desvencilhei do abraço de Bart, os joelhos fracos. As luzes do acostamento criavam halos na noite. Polícia? Ambulância? Alguém já havia chamado, eu ouvia sirenes longe. Eu só queria um quarto escuro e uma hora sem perguntas.
— Eu quero ir embora. — falei baixo.
— Eu levo você. — Bart s