**Narrado por Lorena Mello** O mundo continuava a girar lá fora, mas aqui, dentro desse cercado, o tempo parecia ter sua própria lógica. Dante estava ajoelhado na grama. Mateo, nosso pequeno, repousava aninhado em seu colo, com a cabeça apoiada em seu ombro. O som do parquinho ao redor havia diminuído, silenciando-se diante da intensidade daquela cena que parecia transcender tudo ao nosso redor. Mas o mundo, infelizmente, sempre tem o seu jeito de invadir o nosso espaço. E ele invadiu novamente. Vi a diretora se aproximando, marchando em nossa direção com passos firmes. Seu olhar era afiado e penetrante, tingido de reprovação. Era claro que ela havia presenciado algo que considerava inaceitável. Sem hesitar, avancei para ela com determinação, como uma flecha. — Senhora Lorena — disparou ela, de forma ríspida —, o que está fazendo? Isso é absolutamente fora das normas! Esse homem não está autorizado a— Levantei a mão, firme e reta. Olhei profundamente em seus olhos, sem vacilar
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