CAMILA NOGUEIRAMinhas mãos agiram antes que meu cérebro pudesse processar o choque. Com movimentos trêmulos e urgentes, juntei as duas caixas, as embalagens rasgadas e os dois bastões de plástico que decretavam meu destino. Enrolei tudo em papel higiênico, fazendo uma bola disforme, e enfiei dentro da sacola de farmácia que Zoe havia trazido.Saí do banheiro como se fugisse de uma cena de crime.— Zoe. — Minha voz saiu estrangulada. Estendi a sacola para ela. — Leve isso e jogue fora longe daqui. Em uma lixeira pública, num posto de gasolina, onde for. Mas não deixe isso nessa casa.Zoe pegou a sacola, franzindo a testa. Ela era a pragmática do grupo, a racional, mas até ela parecia abalada pela minha palidez.— Camila... — ela começou, segurando meu pulso com a mão livre. — Qual foi o resultado?Emma estava sentada na ponta da cama, roendo a unha, os olhos alternando entre mim e a sacola.— Fala logo, amiga. O suspense está me dando taquicardia.Respirei fundo, mas o ar parecia insu
Ler mais