Eu te chamei aqui, Léo, porque não podia te falar por telefone, falei, a voz embargada, mas tentando manter a firmeza. A sua feição, que antes era de surpresa e ironia, agora era completamente perdida. O sorriso deu lugar à preocupação.— Helena, eu não estou entendendo, ele falou, a voz hesitante, os olhos confusos.— Eu estou grávida, falei de uma vez, sem rodeios. Não havia outra maneira. O choque era inevitável.Ficamos em silêncio por alguns segundos que pareceram horas. Ele olhou para minha barriga, a boca entreaberta, e então, quebrou o silêncio.— Aquela... aquela noite?, falou, gaguejando, os olhos ainda fixos na minha barriga.— Sim, Léo. Pelo amor de Deus, não foi nada planejado. Eu não sabia que você era o Léo Montenegro, fiquei sabendo no outro dia quando vi no site de notícias. Mas isso não importava. Eu não queria mais nem te ver depois do bilhete, depois do abandono no Milani.As palavras saíram de forma atropelada, a raiva e o desespero se misturando. A sua reação, a
Ler mais