MATTEO MANCINI Ela foi tomar banho, e eu respirei fundo, sentindo um peso no peito. O som da água do chuveiro preenchia o silêncio do quarto, e meus pensamentos dispararam. Ela vai dormir na minha cama. Isso não vai prestar. A realidade da situação me atingiu com força, e eu senti um arrepio percorrer minha espinha. A ideia de tê-la tão perto, de compartilhar o mesmo espaço, o mesmo quarto, a mesma cama, era perturbadora. Eu podia sentir o cheiro suave do seu perfume ainda pairando no ar, um lembrete constante da sua presença, uma fragrância que me trazia memórias antigas, quase esquecidas. Minha cama, meu santuário particular, agora seria um campo de batalha, um palco para nossa farsa, e talvez, para uma verdade inconveniente. Descemos e encontramos os meninos assistindo filme, a tensão ainda pairando no ar, como uma névoa densa que se recusava a se dissipar. Acabamos ficando com eles, fingindo uma normalidade que estava longe de ser real, cada um de nós interpretando um papel em u
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