ALEXIA DINIZ

A visão de Matteo emergindo do banheiro, vestindo apenas a calça de moletom cinza que lhe modelava o corpo escultural, prendeu meu olhar como um ímã. Gotículas de água cintilavam em sua pele bronzeada, descendo pelo peito definido e ombros largos, e por um instante, um instante fugaz e perigoso, esqueci completamente a farsa em que estávamos metidos. A luz fraca do abajur do quarto delineava sua silhueta, transformando-o em uma escultura grega moderna, e uma onda de calor percorreu meu corpo. A saliva na minha boca não era a única evidência da minha momentânea distração, meu coração disparou, um tambor frenético contra as costelas, e meus dedos formigaram com a vontade de tocar, de sentir a textura daquela pele úmida. Santo Deus Alexia, controle-se, ele é seu namorado de mentira. Uma farsa para salvar a pele dele, e a sua. A autoproclamação mental era um balde de água fria, um lembrete áspero da realidade que nos cercava, uma âncora que tentava me puxar de volta à superfí