No dia seguinte, Fábio chegou cedo ao orfanato para seu primeiro dia como funcionário. A recepção foi calorosa demais, quase forçada, e logo o colocaram em funções básicas: organizar documentos, auxiliar nos dormitórios e ajudar na cozinha. Para qualquer um, seria apenas um emprego comum, mas Fábio tinha a missão de observar cada detalhe.Enquanto arrumava alguns arquivos, percebeu que os registros não batiam. No papel, constavam mais de cinquenta crianças, mas nos corredores e dormitórios, ele não viu nem metade. Algumas fichas estavam rabiscadas, outras incompletas. E, o mais estranho, havia registros de crianças que constavam como “adotadas”, mas que Fábio nunca vira nos dormitórios.No refeitório, durante o almoço, Fábio tentou puxar conversa com um grupo de adolescentes. Alguns o olharam desconfiados, mas uma garota, de olhos firmes, sussurrou:— Moço… cuidado. Aqui não é um lugar seguro.Ele fingiu não entender, mas aquele aviso ecoou em sua mente.Mais tarde, quando foi encarre
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