Eduardo Os primeiros dias em Boston foram um teste de paciência e de resistência que eu não sabia se estava preparado para enfrentar.A casa alugada era grande, bonita, iluminada — quase um cartão-postal de filme americano. No anúncio, parecia o lugar perfeito para começar uma nova etapa, mas na prática, cada canto representava um obstáculo: a escada que eu não podia subir, o corredor que parecia infinito quando eu caminhava com a cadeira de rodas agora a manual , para mim poder me esforçar mais, a simples ação de tentar levantar da cama sem sentir que meu corpo protestava em coro, como se me lembrasse a cada instante de tudo e o tempo que eu tinha perdido.Era estranho. Antes do acidente, uma casa desse tamanho seria sinônimo de conforto, de liberdade. Agora, era um campo minado de limitações.Lua tentava disfarçar a preocupação, mas eu a pegava me observando o tempo todo, como se quisesse antecipar cada tropeço, cada queda que eu poderia dar. Sol, por outro lado, parecia ter se ada
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