À noite, a casa parecia diferente. Mais viva. O som das conversas ecoava entre as paredes antigas, misturado ao tilintar de taças e ao aroma de vinho e ervas frescas. O jantar era uma celebração... da volta dele, da vida nova, do improvável que nos trouxe até ali.Santino, exausto, dormia no sofá, a cabeça apoiada no colo de uma tia que jurava ser “a mais divertida da família”. Eu me peguei observando Enzo, cercado pelos irmãos, rindo alto. O riso dele era mais solto, o olhar mais leve. Era o mesmo homem que eu conheci em Veneza, mas também era outro, a versão completa, finalmente em paz com o próprio nome.Quando ele notou que eu o observava, sorriu. Um sorriso pequeno, mas suficiente para desmontar qualquer defesa que ainda restava em mim.Ele veio até mim no instante em que a sobremesa chegou. O som dos talheres e das conversas desapareceu do meu radar no momento em que ele tocou minha mão.— Vem comigo.— Enzo, a sobremesa — protestei, tentando soar natural, mas minha voz saiu meio
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