O despertador tocou, mas Helena já estava acordada havia um bom tempo. Passara a noite em claro, revirando-se na cama, ouvindo o barulho da chuva fina batendo contra a janela. Seus pensamentos giravam em torno de tudo o que havia acontecido no café no dia anterior — as palavras afiadas de Íris, o olhar frio e certeiro que parecia perfurar sua alma, e, principalmente, a revelação sobre Rafael.Ela se levantou devagar, como se cada movimento pesasse o dobro. O corpo pedia descanso, mas a mente insistia em ficar desperta, relembrando cada detalhe.Pegou o celular do criado-mudo e a tela iluminou o quarto ainda escuro. Uma lista interminável de notificações tomou conta da tela: 27 ligações perdidas de Rafael e mais de 20 mensagens não lidas. Todas, sem exceção, começando com “Helena, por favor…” ou “Deixa eu explicar…”.Ela respirou fundo, o polegar pairando sobre a tela por alguns segundos. Chegou a abrir a primeira mensagem, mas antes que seus olhos percorressem as palavras, bloqueou o
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