O Sussurro dos Lobos A noite estava tomada por um silêncio denso, quase ritualístico. A lua, imensa e prateada, parecia observar cada movimento nosso como uma testemunha eterna. O vento trazia o farfalhar das folhas e o eco distante de algum rio escondido entre as pedras. Mas o que realmente dominava aquele instante era a sensação de que algo em nós havia sido despertado, algo que ia além do desejo, além da carne, além da dor. Eu sentia dentro de mim a presença de Selene, minha loba, pulsando em cada batida do coração. Ela rugia em silêncio, faminta, excitada, alerta. Seus olhos através dos meus buscavam, reconheciam, desejavam. E diante de mim, Marco e Rafael, com suas presenças dominantes, representavam duas forças contrárias que, paradoxalmente, me atraíam como se fossem parte do mesmo destino. Marco respirava fundo, tentando se conter, mas eu via Korran, seu lobo, ameaçando romper suas amarras. Os músculos dele estavam tensos, os olhos brilhavam com aquele dourado ardente que
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