SEBASTIAN A estrada até o interior parece interminável, apesar de não ser tão longa. A chuva fina acompanha o carro como um pano de fundo constante, e eu me pego olhando pela janela, tentando controlar a ansiedade que lateja no peito. Isadora está ao meu lado, em silêncio, com os olhos perdidos em algum ponto distante da estrada, como se pensasse em mil coisas ao mesmo tempo. Eu não a conheço o suficiente, mas sei que o silêncio dela está cheio — de medos, memórias, expectativas. Quando enfim entramos na estrada estreita que leva à casa do lago, sinto o ar diferente. Mais leve, úmido, carregado de cheiro de terra molhada. A vegetação em volta parece abraçar a estrada, até que, enfim, a casa aparece diante de nós. Grande, clara, com janelas voltadas para o lago que agora reflete o céu cinza. É um refúgio. Os seguranças já estão lá, posicionados discretamente, mas atentos. Dou um aceno de aprovação ao ver a prontidão deles. O motorista estaciona, e eu saio primeiro, ajudando Isa
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