Pov Isadora Eu estava sentada na beira da cama, ainda de vestido, o cabelo bagunçado da correria, o celular vibrando com notificações de sites, mensagens de Olívia e de minha editora. Todas com a mesma manchete: “Isadora Harrison, escritora, foi flagrada com parceiro de escrita em noite íntima.” A foto estava em todos os portais de entretenimento. Eu e Raul, no portão do prédio dele, sob a luz amarelada do poste. Ele segurando meu braço, a expressão suave e a distância entre nós, pequena o suficiente para ser interpretada como pecado. O ruído da porta batendo contra a parede me fez levantar num salto. Dante entrou como uma tempestade. O paletó amarrotado, a gravata solta, o olhar selvagem. — Você tem noção do que acabou de acontecer? — a voz dele era grave, quase rouca de raiva. — Dante, eu posso explicar... — Explicar o quê, Isadora? — ele ergueu o celular, tremendo. — Isso aqui? Essa porcaria de foto? Você acha que eu sou idiota? — Não é o que parece. — Ah, a frase
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