POV IsadoraA casa estava mergulhada em silêncio, quebrado apenas pelo leve zumbido da babá eletrônica apoiada no criado-mudo. Sofia dormia há pouco mais de uma hora, e eu ainda não tinha coragem de fechar os olhos completamente.A maternidade me transformara numa vigília constante, cada suspiro da minha filha parecia um alerta.Dante estava ao meu lado, deitado de barriga para cima, o braço descansando atrás da cabeça. Ele me lançava olhares ternos de vez em quando, como se quisesse garantir que eu também descansasse.— Você precisa dormir, Isa — murmurou, a voz grave e baixa. — Eu fico de olho.Sorri de canto, cansada. — Engraçado. Achei que esse era o meu papel.Ele se virou de lado, aproximando-se para me envolver em seus braços.— Agora é nosso papel.Aquela frase, simples, aquecia meu peito. Apoiei o rosto contra ele, inalando seu cheiro familiar, deixando que o calor do corpo dele me envolvesse. Por alguns minutos, tudo pareceu tranquilo, como se o mundo lá fora não existisse.
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