POV IsadoraAs portas do hospital se fecharam atrás de mim, e pela primeira vez desde o parto, senti que podia respirar sem ser observada. Não havia flashes, não havia vozes tentando roubar nosso momento. Só eu, Dante, e aquele pequeno ser enrolado nos braços dele, dormindo como se o mundo não tivesse pressa.Nossa filha.Era estranho dizer isso em voz alta, minha filha. Depois de tudo o que eu vivi, as dores, os anos de luta para encontrar minha própria identidade longe dos Montenegro, agora eu tinha nos braços a prova de que o futuro podia ser reinventado.Dante abriu a porta do carro, ajudou-me a acomodar-me no banco e, em seguida, ajeitou a cadeirinha da bebê com uma paciência quase ritual. Vi o cuidado com que ele prendia os cintos, conferia cada detalhe, como se a vida inteira dependesse disso. Talvez dependesse.— Parece que eu estou prestes a transportar uma princesa — ele murmurou, olhando para ela com devoção.Sorri, ainda cansada, mas tomada de uma ternura que me enchia por
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