POV Isadora
Dirigir nunca foi algo que me relaxasse, mas naquele dia o barulho do motor era quase um alívio. Cada segundo em silêncio me dava espaço para a raiva crescer, e a raiva me mantinha desperta. O celular no banco do passageiro vibrava sem parar: mensagens de Dante, chamadas perdidas.
Eu sabia que estava preocupando-o, mas não podia voltar. Não antes de olhar nos olhos do meu irmão e exigir a verdade.
Estacionei em frente ao hotel em que ele costumava ficar quando estava na cidade. Meu coração batia tão forte que parecia querer explodir. Apertei o celular contra a palma da mão e respirei fundo. Uma parte de mim queria simplesmente dar meia-volta, fingir que não tinha visto nada. Mas não dava. Não depois de tudo.
Bati na porta do quarto dele com força. Por alguns segundos, temi que não estivesse ali, mas então ouvi passos, a maçaneta girou e Lorenzo apareceu, ainda meio sonolento.
— Isa? — disse, surpreso. — O que você está fazendo aqui a essa hora?
Empurrei a porta antes que e