POV Dante
A editora estava silenciosa naquele fim de tarde, e, por um momento, esse silêncio pesava mais do que confortava.
Normalmente, ele era sinal de produtividade, de que os prazos estavam sendo cumpridos, de que a engrenagem seguia girando. Mas, naquela tarde, o silêncio era só mais um lembrete de que minha mente estava em outro lugar.
Empilhei os papéis sobre a mesa, desliguei o computador, mas a caneta continuava girando entre meus dedos como se tivesse vida própria.
Não importava quantas vezes eu revisasse contratos, gráficos ou prazos, o pensamento insistia em voltar para casa. Para Isa. Para Sofia. Para aquela maldita sensação de que não estávamos seguros.
Peguei o celular. O nome do meu pai piscava na memória antes mesmo de eu discar o número. Respirei fundo.
A última coisa que eu queria era pedir algo a ele. Mas quando se tem uma filha recém-nascida em casa e uma esposa atormentada pelo medo, orgulho deixa de ser prioridade.
— Dante? — A voz dele soou firme, autoritár