POV Isadora
Acordei com um aperto no peito, como se a noite não tivesse sido descanso, mas continuação do pesadelo.
A cada estalo do móvel, a cada ranger da madeira da casa, meu corpo estremecia. O sol entrava tímido pelas cortinas, mas nem a luz conseguia trazer paz.
Sofia dormia no berço ao lado da cama, tão serena que doía olhar para ela e perceber o contraste.
Minha filha respirava com tranquilidade, enquanto eu mal conseguia sustentar a própria. Eu não era capaz de fechar os olhos sem ver a janela escancarada, as gavetas reviradas, o som dos passos correndo.
Levantei devagar, meus pés pesados no chão frio, e fui até o berço. Toquei o rostinho de Sofia, como se o gesto pudesse ancorar minha mente.
— Está tudo bem, meu amor… mamãe está aqui. — Mas será que estava?
Enquanto Dante saía cedo para resolver coisas na editora, eu fiquei sozinha. E a solidão fez a paranoia crescer.
Qualquer ruído da rua parecia suspeito.
O motor de um carro passando mais devagar, alguém que p