Omar conhecia Débora por meio de Sun, já que ela era sua assistente. À primeira vista, parecia uma mulher simpática, divertida e com um talento natural para convencer as pessoas e transformar qualquer conversa em algo interessante. Mas por trás desse charme havia uma mente manipuladora — algo que nunca foi segredo para Omar.Quando os dois se envolveram discretamente, sem que Sun soubesse, Débora revelou outras facetas. Omar, por natureza controlador, encontrou nela um obstáculo: Débora não era alguém que se deixava dominar. Isso, no entanto, não foi o principal motivo para o fim do relacionamento. A verdade é que Débora tinha seus próprios objetivos. Ambiciosa, desejava mais do que apenas um caso; queria status, conforto, luxo — uma vida que Omar poderia oferecer, mas não estava disposto a dar sem envolvimento emocional.E esse envolvimento, para ele, nunca existiu. Débora não despertava nenhum tipo de sentimento genuíno, o que tornou fácil para ele encerrar tudo sem olhar para trás.

Aquela conversa com a minha melhor amiga me pegou de jeito e não me deixou em paz durante toda a noite. As palavras dela ecoavam na minha mente como um aviso impossível de ignorar. Glória não deixaria que eu fizesse parte daquela família por muito tempo. Ela era sorrateira, e pessoas assim exigiam cuidado em dobro. Eu estava nervosa, inquieta, tomada por pensamentos que me corroíam. Afinal, tudo tinha começado com um simples acordo. Se Omar descobrisse, me afastaria sem pensar duas vezes, talvez me quisesse do outro lado do mundo.Mas a velha não confessaria nada. Nunca. Não entregaria o próprio segredo para perder tudo. Pensando bem, talvez fosse exatamente isso: status, dinheiro, herança. Só algo tão grandioso seria capaz de forçá-la a jogar tão baixo. Glória não tinha escrúpulos, não era difícil ver isso. Podia até nutrir certo carinho por Omar, mas era claro que, para ela, a sensação de superioridade sempre viria em primeiro lugar. No fim, ela só pensava em si mesma.Balancei a ca

Daphne estremeceu ao ouvir sua voz. O som de Miguel ecoou em seus ouvidos, fazendo sua pele se arrepiar por inteiro. Ela se virou depressa, surpresa ao vê-lo entrar pela porta da frente da mansão de Omar. Seu coração disparou. Nervosa, forçou um sorriso amarelo e abaixou os olhos, incapaz de encarar a intensidade daquele olhar. Engoliu em seco, tentando aliviar a garganta seca.— Senhor Miguel… eu não sabia que vinha aqui hoje. — disse, desajeitada, enfiando uma mecha de cabelo liso atrás da orelha, gesto quase automático para disfarçar o desconforto. — Eu sei que o senhor ligou várias vezes e que eu estava...— Tudo bem, Daphne. — Miguel a interrompeu, sua voz baixa, porém carregada de algo que ela não conseguiu decifrar. — Eu entendo.Ela ergueu os olhos devagar, percebendo a sombra de tristeza no rosto dele. Algo em sua expressão a deixou inquieta.— Aconteceu alguma coisa? — perguntou, franzindo o cenho, dando um passo hesitante em sua direção, mas mantendo uma distância respeitos

O Jantar de Gala era mais do que um simples evento: era a noite em que todas as emoções de Omar, e de Daphne, estavam sendo colocadas à prova. Durante todo o dia, ela correu de um lado para o outro, ajustando detalhes, organizando cada lugar como se a perfeição fosse o único caminho possível. Enquanto isso, Sun e sua assistente tinham saído para fazer compras, retornando apenas no cair da noite.Era a primeira vez que Daphne organizava algo tão grandioso, e justamente para uma convidada como Sun — uma mulher envolta em poder, mistério e riqueza. Ao olhar para ela, Daphne nunca sabia ao certo se deveria sorrir como para uma amiga ou se manter em alerta diante de uma inimiga. Havia algo naquele olhar avaliador de Sun, sempre descendo dos pés à cabeça, acompanhado de um sorriso que poderia ser cortesia... ou veneno.E o veneno, Daphne sabia, já estava presente. Ele caminhava ao lado de Sun, em forma de uma assistente elegante, ex-amante de Omar, cuja presença parecia um lembrete vivo de

Daphne estava completamente atordoada. Os detalhes que antes pareciam tão importantes — a posição dos talheres, o brilho dos castiçais, o arranjo das flores — já não prendiam mais a sua atenção. Sua mente viajava em círculos, repetindo a mesma pergunta como um sussurro constante: Débora ouviu?Mas aquela mulher era sorrateira. Se tivesse descoberto alguma coisa, não viria diretamente a ela com provocações baratas. Não. Débora esperaria o momento perfeito, diante de Omar, para soltar o veneno. E essa possibilidade deixava Daphne à flor da pele.Ela engolia seco. Tremia, o suor frio escorrendo pelas mãos. Cada passo parecia mais pesado, como se a qualquer instante o chão fosse se abrir.— Daphne… — a voz grave e familiar soou atrás dela.Ela se virou tão rápido que quase perdeu o equilíbrio. O mundo girou por um segundo, mas antes que caísse, Omar a segurou firme pelos braços.Ele riu baixo, com aquele sorriso que parecia feito só para ela. Seu olhar dizia tudo: a “garotinha atrapalhada