POV Zion BelliniEla sobe, e eu tento fingir que olho o celular. Mas não vejo porra nenhuma. O som do mar lá fora mistura com o sangue martelando no meu ouvido. O gosto dela ainda tá na minha boca. A imagem dela tremendo na minha mão, me olhando enquanto eu gozei… caralho. Quando ela desce, é como se o mundo inteiro entrasse em câmera lenta. Biquíni preto. Vestido branco, curto, leve. A porra do sol entrando pela janela faz o vestido quase transparente.Meu peito trava. Meu pau reage na hora, pulsando na bermuda. Eu fecho a mão, tento respirar. Os olhos dela encontram os meus. A boca dela brilha de gloss. O cabelo bagunçado, aquele ar de "tô inocente" que eu sei que é mentira.Ela finge normalidade. Minha mãe olha pra ela e depois pra mim. O olhar dela é uma sentença silenciosa. Meu pai abre aquele sorriso ridículo, tentando salvar a moral do ambiente.— Olha só! Já pronta! Vamos pegar sol, galera! — ele fala.Eu não respondo. Só observo. Ela ajeita o vestido, o decote cai um pouco ma

POV Alice KimA areia fria arranha minhas costas, mas eu não sinto. O que eu sinto é ele. O peso. O calor. O pau dele pressionando, latejando, ameaçando rasgar todas as regras. A boca dele está na minha, feroz. A língua invade, exige, me consome. Eu gemo alto, o som se perde no barulho das ondas. As mãos dele seguram meu rosto, descem pro meu pescoço, depois agarram meus seios.— Porra… — ele rosna, o olhar queimando. — Isso tudo é meu.Ele desce a boca, morde meu peito, chupa, marca. Eu arqueio, as unhas cravadas nos ombros dele. As ondas lambem nossos corpos, o sal gruda na pele.— Fala. — ele manda, a voz grave, quebrada. — Fala pra quem você é.— Sua… — eu soluço, o ar falhando. — Eu sou sua.Ele ri, um riso baixo, doente.— Repete.— Sou sua! — grito, a cabeça jogada pra trás.A mão dele desce pela minha barriga, devagar, cruel. Os dedos encontram meu centro, quente, molhado, desesperado. Ele passa, provoca, mas não entra.— Tão molhada… — ele murmura, os olhos cravados nos meus.

POV Alice KimO sábado avança como uma maré preguiçosa. O sol brilha alto, espalhando um calor que gruda na pele e embriaga os sentidos. O ar cheira a sal, protetor solar e tensão contida. A cozinha fervilha de vozes alegres. Minha mãe ajeita frutas, confere mil vezes os recipientes. O padrasto comenta sobre o ponto certo da brasa, e Zion… Zion paira na casa como uma tempestade anunciada, silenciosa, mas inevitável.Eu tento me manter ocupada, dobrando toalhas, ajeitando bolsas. Mas cada movimento dele ao meu redor me captura. Ele se aproxima devagar, como se cada passo fosse calculado. O roçar breve do braço dele no meu quadril me faz perder a respiração. O toque parece banal para quem olha de fora, mas carrega um universo inteiro para quem sente.Quando finalmente pisamos na areia, o sol morde a pele com força. O mar, lá na frente, se estende como um convite impossível de ignorar. Minha mãe espalha a canga com cuidado exagerado, como se o tecido fosse um altar, e eu obedeço ao ritua

POV Alice KimA maçaneta range, o som invade o quarto como um trovão em noite seca. Eu travo. O ar morre na minha garganta. Zion sai de dentro de mim, o corpo inteiro tenso, os dedos apertando minha cintura como se quisesse me fundir à pele dele. Joga o cobertor sobre o nosso corpo, para esconder nossa nudez. A porta se abre. Minha mãe surge. O rosto dela congela. Os olhos arregalam, a respiração some. Por um segundo, o mundo inteiro para. O silêncio é tão denso que parece que vai me engolir. Eu tento falar.Nada sai. Zion também não se move. Ele só me segura, como se admitir o movimento fosse confirmar tudo. Os olhos dela se enchem d’água. O rosto se contorce. As mãos tremem.— Não… — ela balbucia, como se fosse um mantra torto. — Não… não pode ser…Eu sinto o corpo dela quebrar na minha frente. Um estalo silencioso, quase poético, quase cruel.— Mãe… — minha voz sai como um sopro, rasgada. — Eu…Ela dá um passo pra trás. A mão cobre a boca. Os joelhos fraquejam. Eu vejo o universo

POV Alice KimPassei a manhã inteira trancada no quarto. O sol batia na janela, desenhando sombras no chão, mas eu não via nada. O mundo lá fora podia acabar que eu não ia perceber. A cabeça martelava. As palavras da minha mãe ecoavam, o olhar dela atravessava minha pele, queimava minhas entranhas. E o silêncio depois… aquele silêncio foi pior que qualquer grito.Zion saiu mais cedo. Disse que precisava pensar. Eu quis ir atrás, mas minhas pernas não obedeceram. Então fiquei. Presa no quarto, ouvindo o mar ao fundo, o barulho das ondas misturado com o som do meu próprio coração batendo descompassado.Quando finalmente crio coragem, abro a porta devagar. O corredor parece mais longo, mais frio. Desço as escadas na ponta dos pés, cada degrau um medo novo. Então eu escuto. A voz dele. Firme, grossa, carregada de raiva.— Isso é um absurdo! Uma loucura! Ela é como filha pra mim! — ele quase berra, a voz rasgando o ar. — Eu não acredito que você está tentando justificar essa insanidade!A