POV Alice Kim

O sábado avança como uma maré preguiçosa. O sol brilha alto, espalhando um calor que gruda na pele e embriaga os sentidos. O ar cheira a sal, protetor solar e tensão contida. A cozinha fervilha de vozes alegres. Minha mãe ajeita frutas, confere mil vezes os recipientes. O padrasto comenta sobre o ponto certo da brasa, e Zion… Zion paira na casa como uma tempestade anunciada, silenciosa, mas inevitável.

Eu tento me manter ocupada, dobrando toalhas, ajeitando bolsas. Mas cada movimento dele ao meu redor me captura. Ele se aproxima devagar, como se cada passo fosse calculado. O roçar breve do braço dele no meu quadril me faz perder a respiração. O toque parece banal para quem olha de fora, mas carrega um universo inteiro para quem sente.

Quando finalmente pisamos na areia, o sol morde a pele com força. O mar, lá na frente, se estende como um convite impossível de ignorar. Minha mãe espalha a canga com cuidado exagerado, como se o tecido fosse um altar, e eu obedeço ao ritua