O sol dançava sobre os edifícios dourados de Dubai como se a cidade estivesse em festa — e, naquele instante, Clara e Talita eram as convidadas de honra. O carro deslizou pelas avenidas limpas, e a cidade pulsava com um ritmo próprio, uma combinação perfeita entre passado grandioso e futuro arquitetado milímetro por milímetro.— Isso aqui parece um sonho que alguém meticulosamente renderizou no 3D do universo — disse Talita, com os olhos fixos na paisagem.Clara, sentada ao lado com um sorriso tranquilo, sacou o celular.— Acho que tá na hora de deixar Nova Iorque babando.Ela iniciou a vídeo chamada, e em segundos, os rostos de Vic e Sabrina invadiram a tela com o caos habitual.— Aaaaah! — gritou Vic assim que viu o fundo de palmeiras e cúpulas reluzentes. — Que ódio! Vocês duas viraram embaixadoras de beleza, é isso? Onde eu assino pra largar tudo e viver de looks e cafés exóticos?— Me prometam que vocês não vão voltar com tatuagens em árabe e um sheik no currículo — disse Sabrina

Mais tarde, no terraço privado da cobertura do hotel, Léo e Miguel estavam sentados com taças de vinho, acompanhados apenas pela vista de Dubai engolindo o pôr do sol.Miguel não conseguia segurar a língua.— Velho… você me fez perder anos de vida hoje.Léo deu de ombros, observando as luzes da cidade surgirem como constelações.— Eu preferi ganhar o jogo do que aplaudir no intervalo.— E a Clara? Vai contar pra ela o quanto ela foi essencial nesse plano?Léo sorriu, mas havia uma melancolia naquele gesto.— Um dia. Talvez hoje.— Você ainda tá balançado com ela, né?— Balançado é pouco. Eu sou dela, mesmo que ainda não saiba como explicar isso pra mim mesmo.— Pena que o arquiteto italiano gato também notou isso.Léo riu baixo, mas os olhos endureceram.— Gianluca Renaldi é um problema que vou resolver depois. Agora, a Dominion está no topo da lista.Miguel ergueu a taça novamente.— Aos problemas. Que viram passado. E às mulheres que viram futuro.Léo ergueu a dele, sem desviar o ol

O quarto ainda estava impregnado do cheiro deles. Dos gemidos abafados. Da loucura que foi o corpo de um possuindo o outro como se o mundo lá fora estivesse prestes a explodir.Clara acordou sozinha, envolta nos lençóis amarrotados. O sol de Dubai já invadia o quarto, com aquele calor insolente que parecia lembrar: tudo aqui é ardente. Inclusive decisões.Ela se espreguiçou devagar, cada músculo gritando pela intensidade da madrugada passada. Mas antes que conseguisse levantar da cama, o celular vibrou no criado-mudo.Notificação de mensagem. Número internacional.Gianluca Renaldi.“Bom dia, Clara. Preciso saber se você e sua amiga vão aceitar o convite para ficar mais dois dias. As vagas na palestra são extremamente limitadas e, sinceramente, eu adoraria poder contar com a presença de duas mentes tão brilhantes. Mas… não poderei segurar por muito tempo.”O coração dela acelerou.Não porque estava empolgada com o convite.Mas porque, ao ler, sentiu o peso exato de uma escolha.Na teor

O sol do meio-dia queimava sem pedir licença sobre os espelhos de vidro dos prédios de Dubai, refletindo um céu que parecia desenhado por um arquiteto dos deuses. Clara, Talita e Simone caminhavam lado a lado pela passarela elevada do Centro Internacional de Design e Arquitetura de Dubai, com o vento quente brincando com os cabelos delas, como se também quisesse fazer parte daquela cena.Clara estava fascinada. Não só pela magnitude das construções ou pelos jogos de luz que dançavam nos painéis metálicos, mas pelo fato de estar ali — como arquiteta, como empresária, como mulher em pleno domínio da sua caminhada. Literalmente.— Essa fachada foi feita com concreto translúcido — comentou, observando um prédio que parecia respirar com o calor. — Eles usaram um composto de fibra ótica que permite a entrada de luz natural… mas mantém privacidade total. Isso é genial.— Só você pra ficar excitada com concreto, mulher — Talita murmurou, rindo com as mãos na cintura, também impressionada.Sim

A noite caiu sobre Dubai como um véu de ouro e rubi, e a cidade parecia dançar sob as luzes dos prédios espelhados. Clara fitava seu reflexo no imenso espelho do quarto: o vestido vermelho escarlate abraçava seu corpo como uma segunda pele. O corte geométrico na altura do busto dava um ar de arquitetura viva à peça, enquanto a fenda profunda na perna esquerda deixava à mostra uma ousadia elegante. Nos pés, um salto metálico que refletia cada passo como uma promessa. Ela não precisava de mais nada. Era o próprio monumento.Ao seu lado, Talita optou por um conjunto preto de cetim com recortes laterais e Simone, a mais misteriosa do trio, apostou em um vestido azul petróleo com mangas longas e costas nuas. Quando o trio desceu do carro oficial da Fundação Internacional de Design Urbano, os flashes quase cegaram.— Agora fodeu — murmurou Talita com humor, ajustando o cabelo.— Fama é uma maratona, não uma corrida. Caminha e não tropeça — sussurrou Simone, sempre afiada.A festa acontecia