Ecos na Escuridão A voz de Rafael ecoava pelos corredores abafados da construção antiga. Seus passos apressados ressoavam como marteladas no piso de madeira, e o nome de Ana escapava de seus lábios num sussurro desesperado. As paredes manchadas de umidade pareciam respirar, guardando segredos em cada rachadura. A casa exalava um cheiro ácido de mofo e lembranças enterradas. Ele empurrou uma porta entreaberta e entrou num cômodo onde o ar parecia mais denso. O teto baixo e a pouca luz que filtrava por uma janela coberta por tábuas quebradas conferiam ao ambiente um tom lúgubre. No canto, uma cadeira tombada e uma pilha de jornais antigos davam a impressão de abandono repentino. Rafael sentiu a garganta secar, a presença de Ana ainda pairava no espaço, como um perfume esquecido. Enquanto isso, no porão, Ana permanecia sentada no chão frio. A lanterna de seu celular oscilava, projetando sombras nas paredes de pedra. Seus pensamentos fervilhavam. A gravação do segun
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