O som do portão me abrindo fez gelar . Eu sabia que seria difícil, mas nada me preparou para ver a dor nos olhos de uma criança.Samuel se falou junto comigo, e Rigel correu até a janela, animado, sem entender o clima tenso que pairava no ar. Do lado de fora, o carro de Murilo parou devagar.Quando a porta traseira se abriu e eu vi Gabriela descer, pequena, segurando aquele ursinho de pelúcia surrado que eu mesma tinha dado no último Natal, senti o coração se partir em pedaços.Ela olhou ao redor com um ar confuso, perdida. Por um segundo, parecia que esperava ver a mãe sair de algum lugar. Mas, quando me conheci, os olhos dela se encheram d'água.—Jade! — O grito saiu trêmulo, carregado de desespero.Eu não pensei. Corri até ela e me ajoelhei, abrindo os braços. Gabriela se jogou em mim, soluçando, e eu a envolvi com força, sentindo cada tremor, cada respiração curta.— Shhh… está tudo bem, meu amor… eu estou aqui, tá? — sussurrei, passando a mão em seus cabelos. — Você está seguro
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