LAURAO aroma do café fresco contrastava com a tensão que pairava sobre a cozinha da mansão Santorini.Laura mexia a bebida devagar, sem sequer levá-la à boca. Desde o sequestro, não havia dormido direito. Ainda sentia o toque do homem que a arrancou do carro, o cheiro do pano encharcado que lhe cobriu o rosto, o olhar do traidor dentro da própria casa. A dor física havia passado, mas as cicatrizes emocionais eram mais profundas.Ela olhou para o jardim pela janela. Lá fora, Dominick estava com Henrique, conversando de forma tensa. Ela sabia o que vinham discutindo há dias: o passado.Desde que Martello fora morto e o traidor revelado, Dominick mergulhara em registros antigos da família. Arquivos esquecidos em cofres subterrâneos, fitas de áudio, manuscritos, fotos escondidas. Laura percebeu: ele não estava apenas eliminando as últimas ameaças — estava cavando as raízes da própria maldição Santorini.— Ele mudou — disse Cristina, entrando devagar na cozinha.— Sempre muda — respondeu
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