(Dubai, 4 anos atrás)*
O calor de Dubai à noite era diferente de tudo que eu conhecia. Não era só o sol que queimava — era o ar, a areia, até o brilho dourado dos arranha-céus pareciam emitir ondas de desejo. E eu, Isabella Monteiro, brasileira, corretora de imóveis e completamente fora do meu elemento, estava prestes a cometer uma loucura. — Mais uma taça, senhorita? — O bartender inclinou a garrafa de champanhe sobre meu copo vazio, um sorriso discreto nos lábios. — Por que não? — respondi, girando o celular na mesa. Estava sozinha no terraço do **Azure**, um dos rooftop bars mais exclusivos da cidade. A empresa me enviara para fechar um contrato com um sheik, mas o velho resolveu adiar a reunião para ir caçar falcões. Enquanto isso, eu aproveitaria a estadia paga pelo cliente. Foi então que **ele** entrou. Não havia como não notar. O silêncio que se espalhou entre os convidados, os olhares disfarçados das mulheres — e até de alguns homens. **Luca Domani.** Italiano. Bilionário. E, pelo que os tabloides adoravam repetir, completamente incapaz de se comprometer. Ele usava um terno branco impecável, aberto o suficiente para revelar o torso bronzeado e uma corrente de prata discreta. Seu cabelo, escuro e levemente desalinhado, combinava com a barba por fazer. Mas eram os **olhos** que me fisgaram — verdes como o mar sob o sol do Mediterrâneo. Nosso olhar se cruzou por uma fração de segundo. Longo o suficiente para eu sentir um choque percorrer minha espinha. **Merda.** Virei-me rapidamente, fingindo interesse no meu drink. Mas já era tarde. — Posso? — A voz dele surgiu ao meu lado, grave, com um sotaque que transformava até a palavra mais simples em poesia. Antes que eu pudesse responder, ele deslizou no assento ao meu lado, seu perfume — madeira, sal e algo proibido — envolvendo-me como um convite. — Depende. Você sempre invade o espaço alheio assim? — ergui uma sobrancelha, mantendo o tom despretensioso. Ele riu, os olhos brilhando de desafio. — Só quando vejo algo que quero. **Algo. Não alguém.** A provocação deveria me irritar. Em vez disso, senti um calor perigoso no meu ventre. — Luca Domani — ele estendeu a mão. — Isabella. Mas pode chamar de Bella. — Aceitei o aperto, sua pele áspera contra a minha, e senti o toque durar um segundo a mais do que o necessário. — Bella — ele repetiu, como se testasse o nome na boca. — Brasileira? — Como adivinhou? — O sotaque. E… — Seus olhos percorreram meu corpo, da minha pele negra brilhando sob as luzes do terraço ao vestido vermelho que sabia ser meu trunfo. — Você não tem cara de quem se contenta com pouco. **Isso era uma ofensa ou um elogio?** — E você tem cara de quem está acostumado a conseguir tudo o que quer. Ele sorriu, lento, deliberado. — Nem tudo. — Seu dedo traçou o contorno da minha taça, evitando meu corpo, mas deixando a promessa no ar. — Ainda não te convidei para sair, por exemplo. — E o que te faz pensar que eu aceitaria? Ele inclinou-se para frente, o calor do corpo dele quase me queimando. — Porque você ainda não foi embora. **Ele estava certo.** Era só uma noite. Um encontro casual em uma cidade que não era nossa. Nada além de química e desejo. Mas quando seus lábios finalmente encontraram os meus, horas depois, na suíte dele, com a vista de Dubai aos nossos pés, eu já sabia: Nada sobre Luca Domani seria simples. O beijo começou devagar, um teste, uma pergunta silenciosa. Seus lábios eram mais suaves do que eu imaginara, mas a pressão deles contra os meus não deixava dúvidas — **Luca Domani não pedia permissão.** Ele tomava. Seu gosto era uma mistura de uísque caro e algo inerentemente dele, algo que fez meu corpo arder antes mesmo que suas mãos me tocassem. Quando sua língua encontrou a minha, um gemido escapou da minha garganta, baixo, quase imperceptível. **Quase.** Ele riu contra a minha boca, o som vibrante e perigosamente íntimo. — *Gostei desse som, Bella* — murmurou, seus dedos agora entrelaçados no meu cabelo, puxando levemente para expor meu pescoço. O ar condicionado do rooftop não era páreo para o calor que se espalhava sob a minha pele. Seu toque era fogo e eu, uma piromaníaca disposta a me queimar. — *Você fala demais* — retruquei, mordendo seu lábio inferior, sentindo-o endurecer sob meus dentes. Seus olhos escureceram. Erro. Em um movimento fluido, ele me levantou da cadeira, meu corpo colado contra o dele antes que eu pudesse protestar. O vestido vermelho, justo e curto, subiu levemente, expondo minhas coxas contra o tecido caro do seu terno. — *Você vai me arruinar esse vestido* — respirei, minhas mãos agarrando seus ombros largos. — *Eu te compro outro* — ele rosnou, seus lábios agora no meu pescoço, os dentes raspando a pele sensível. — *Dez. Cem. Você em vermelho é uma visão que eu quero repetir.* Seu italiano ficava mais espesso com o desejo, cada palavra um carícia áspera que me fazia tremer. Deus, como eu odiava — e amava — o efeito que ele tinha em mim. O caminho até o elevador foi um blur de toques roubados e beijos roucos. Ele não me largou, não por um segundo, como se temesse que eu mudasse de ideia. — *Você é tão pequena* — ele murmurou, uma mão envolvendo minha cintura enquanto a outra chamava o elevador. — *E você é um gigante desajeitado* — retruquei, mas o efeito foi arruinado pelo modo como meu corpo se curvou contra o dele quando ele apertou meu quadril. O elevador chegou, dourado e vazio. Luca me puxou para dentro e, antes que as portas se fechassem completamente, já tinha me empinado contra a parede espelhada. — *Desajeitado?* — ele arqueou uma sobrancelha, suas mãos agora sob minhas coxas, segurando-me no ar como se eu não pesasse nada. — *Vamos ver quem perde o controle primeiro, dolcezza.* **O desafio na sua voz era meu fim.** Meu vestido subiu completamente agora, e eu senti o frio do espelho contra as minhas costas nuas. Ele não esperou — seus lábios encontraram os meus novamente, devorando cada gemido que escapava enquanto suas mãos exploravam meu corpo. — *Luca—* — *Shh* — ele cortou, seus dedos encontrando a borda da minha calcinha. — *Deixa eu te ouvir. Quero saber exatamente o que você sente.* E então ele tocou-me, sem cerimônia, dois dedos deslizando sob o tecido molhado. **Eu estava encharcada.** — *Cristo, Bella* — ele rosnou, seus olhos ardendo enquanto via — e sentia — o quanto eu já estava perdida. — *Você ficou assim só com os beijos?* Eu não respondi. Não poderia. Seus dedos começaram a mover-se, lentamente, torturantemente, em círculos perfeitos. — *Responde* — ele ordenou, aumentando a pressão. — *Sim* — gemi, minha cabeça batendo contra o espelho. — *Bom* — ele sorriu, selvagem, antes de substituir os dedos pela boca. Ali, naquele elevador dourado, com Dubai brilhando do lado de fora, Luca Domani ajoelhou-se diante de mim como um homem faminto. A suíte era enorme, toda em tons de branco e ouro, com janelas do chão ao teto mostrando a cidade iluminada. Luca não me deu tempo para admirar a vista. Meu vestido caiu no chão antes mesmo que as portas do elevador se fechassem atrás de nós. Sua boca estava em todo lugar — meus seios, minha barriga, o interior das minhas coxas — como se ele quisesse memorizar cada centímetro. — *Você é linda* — ele murmurou, seus lábios agora no meu umbigo enquanto suas mãos abriam minhas pernas. — *E toda minha hoje.* **A posse na sua voz deveria me irritar. Em vez disso, me excitou mais.** Quando ele finalmente entrou em mim, foi com um movimento tão lento que eu quase chorei. — *Por favor* — solucei, minhas unhas cravando nas costas dele. — *Por favor, o quê?* — ele perguntou, parando completamente, seu corpo tremendo de esforço para se controlar. — *Por favor, me fode* — eu implorei, sem vergonha, sem orgulho. **Foi o que ele queria ouvir.** Seu ritmo foi brutal desde o primeiro empurrão. Cada movimento era calculado para me levar ao limite, suas mãos segurando meus quadris com força suficiente para deixar marcas. — *Assim?* — ele rosnou, seu corpo colado ao meu, nossos suores misturando-se. — *Você gosta assim, Bella? Dura e rápida?* Eu não conseguia responder. O orgasmo aproximava-se, um furacão prestes a me destruir. — *Responde* — ele exigiu, uma mão agora no meu pescoço, não apertando, mas firmemente o suficiente para me lembrar quem estava no controle. — *Sim!* — gritei, meu corpo arqueando sob o dele. Ele sorriu, satisfeito, antes de aumentar ainda mais o ritmo. — *Então vem comigo* — ordenou, sua voz rouca. E eu obedeci.