TODOS os capítulos e episódios de Herdeira da Máfia - Amada pelos irmãos Montanari a Aurora Grace - Página 5 - BueNovela

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Todos os capítulos do Herdeira da Máfia - Amada pelos irmãos Montanari: Capítulo 41 - Capítulo 50

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A verdade sob as cinzas

Desci as escadas como se carregasse o peso de uma vida inteira nos ombros. O bilhete ainda tremia entre meus dedos. Meu coração batia em descompasso, como se quisesse me impedir de dar cada novo passo. Mas era tarde. Eu precisava ouvir da boca dele. Precisava que Vittorio olhasse nos meus olhos e dissesse que aquilo era verdade.Encontrei-o no escritório. A porta entreaberta deixava vazar o som de páginas sendo viradas, uma taça de vinho meio cheia ao lado de papéis antigos.Ele levantou o olhar quando me viu, mas não esboçou surpresa. Apenas tirou os óculos de leitura, colocando-os sobre a mesa com calma.— Anna... — disse ele, num tom cauteloso, quase resignado.Fechei a porta atrás de mim.— Estava tudo no colar, não é? — falei, a voz embargada, segurando o papel como uma arma frágil.— Por que você nunca me contou tudo? — dei um passo à frente, sentindo a raiva e a dor se misturarem.— Porque achei que estava te protegendo — respondeu ele, firme, mas com os olhos marejados.— E ta

A Guardiã dos Montanari

((Elena)) Eles acham que ninguém vê.Mas eu sempre vi.Nesta casa, palavras nunca foram suficientes. Era nos gestos, nos silêncios e nos olhares que as verdades se escondiam. E eu aprendi, muito antes de Anna cruzar estes portões, a ler o que não era dito.Fui esposa do irmão de Vittorio. Viúva cedo demais. Desde então, permaneci aqui, não por obrigação, mas porque essa casa sempre precisou de uma voz que não gritasse, mas que fosse ouvida. Comandei os criados, organizei festas, segurei mãos em funerais, e estive ao lado de Vittorio nos dias em que nem ele sabia se aguentaria mais o peso de ser um Montanari.E agora estou aqui, vendo tudo se repetir, mas de forma ainda mais dolorosa.Vi quando Anna saiu do escritório de Vittorio, depois da conversa que ele evitou por tempo demais.Vi seus olhos vermelhos, mas não de raiva.Era o olhar de quem finalmente entendeu que sua história tinha sido escrita muito antes de ela nascer.Ela não faz ideia do quanto foi protegida. Do quanto foi ama

O som dos passos firmes no corredor fez meu coração acelerar antes mesmo que a porta se abrisse. Enzo voltou. Fiquei de pé no mesmo instante, instintivamente alisando o vestido leve que usava. Era estranho como, mesmo depois de tudo o que vivemos, ele ainda conseguia provocar em mim aquela mesma tensão dos primeiros encontros. O tipo de arrepio que começa na nuca e desce até a base da coluna. Talvez porque estar longe dele tenha feito meu corpo lembrar de cada toque seu com mais nitidez do que eu podia suportar em silêncio. A porta se abriu. E lá estava ele o homem que carrego no ventre através da filha que esperamos, e no coração através de um amor que já sobreviveu a tantas coisas. Seus olhos me encontraram e, por um momento, nenhum de nós disse uma palavra. Havia cansaço nos traços dele, mas também ternura. Uma saudade contida nas feições, como se ele estivesse voltando de muito mais do que uma viagem. Ele deixou a mala no chão, a

Ecos do Silêncio

((Enzo)) As luzes da estrada ainda dançavam na minha mente quando estacionei o carro diante da mansão. A viagem fora breve, mas suficiente para me fazer mergulhar em pensamentos dos quais tentei fugir. Ela estava bem. Foi a primeira coisa que me disseram. Mas só acreditei quando a vi na varanda, envolta numa manta, acariciando distraidamente a barriga já evidente. Minha filha. Minha mulher. As pessoas mais importantes da minha vida, aquelas por quem eu mataria ou morreria para manter seguras. Foi o que repeti em silêncio, quase como um mantra, enquanto descia do carro e caminhava até ela. O sorriso que ela me deu apagou todos os fantasmas por um instante. Mais tarde, quando ela adormeceu nos meus braços, serena, protegida, o peso voltou. Eu não sabia como isso havia se instalado em mim, mas estava ali. Não era desconfiança. Não da An

((Enzo))Depois que cheguei de viajem, fui correndo ver a Anna e nossa filha. Nos amamos aquela noite, mas algo não me deixava descansar. Desci as escadas, o silêncio da noite parecia mais denso dentro dos corredores da casa. As paredes da mansão Montanari guardavam histórias demais. Segredos demais. E naquele instante, entrei na biblioteca como quem cruza uma fronteira invisível.Dante já estava ali, como se me esperasse entrar, com um copo de uísque na mão. Os olhos dele estavam voltados para o fogo da lareira, como se buscasse algo entre as chamas. Ele me ouviu entrar, mas não se virou. Apenas disse— Você sabe que a qualquer momento, isso tudo pode ruir.— Por isso estamos aqui — respondi, fechando a porta atrás de mim.— Para garantir que não aconteça Dante.Ele assentiu. Ficamos em silêncio por alguns segundos. Eu observei o perfil dele, a tensão nos ombros, o cansaço nos olhos. Tínhamos envelhecido anos nos últimos meses. E agora, algo maior nos ligava. Algo que nem ele nem eu

Sob o Olhar da Tesmpestade

O som do vento naquela manhã parecia diferente. Ele batia nas janelas com mais força do que o habitual, como se tentasse me avisar que algo se aproximava. Eu estava com oito meses agora, e cada passo parecia mais lento, mais pesado. Mas o que me pesava de verdade não era a barriga. Era o silêncio.A casa estava inquieta. Os passos de Elena eram mais firmes. Os olhares de Enzo e Dante, mais atentos. Ninguém dizia nada, mas eu sentia. Algo estava acontecendo, algo que me envolvia mesmo que tentassem me manter longe disso.Eu não era mais a garota que chegou perdida naquela mansão. Eu era uma Montanari. Gostassem ou não eu era a matriarca agora. Estava na hora de agir como tal.Desci as escadas devagar, apoiando uma das mãos no corrimão. Elena me encontrou no hall com uma xícara de chá na mão e aquele olhar que não mentia.— Você deveria descansar — disse ela, como sempre fazia.— Não consigo descansar quando sinto a casa se preparando para uma guerra — rebati, olhando em volta.Ela não

Naquela noite, sonhei com fogo.Não havia gritos, nem caos. Apenas chamas altas, dançando como sombras sobre paredes que pareciam familiares demais. E no meio do fogo, uma voz feminina firme, ancestral. Não era Elena. Era outra. Mais velha. Mais profunda.“Você carrega mais do que uma criança, Anna. Você carrega a chave.”Acordei com a respiração entrecortada. O quarto estava escuro, mas não silencioso. Do lado de fora, passos. Movimentação.Levantei devagar, ignorando a dor nas costas e o peso da barriga. Coloquei o robe de linho e caminhei até a varanda. Lá embaixo, no jardim, dois homens que não reconheci conversavam com Dante. Um deles usava terno escuro, o outro, uma jaqueta de couro. Os dois fumavam charutos como se aquele lugar lhes pertencesse.Os Rossi.Eu soube antes mesmo que alguém me dissesse.Desci as escadas antes que Elena pudesse me deter.— Anna! — ela chamou, apressando-se atrás de mim.Ler mais

A Rainha Montanari

O peso da última semana se acumulava nos meus ombros, mas havia algo mais. Algo que vinha crescendo silenciosamente, como uma tempestade que se forma no horizonte. O clima estava pesado dentro de mim e ao meu redor. Talvez fosse a proximidade do meu parto. Talvez fosse a pressão de tomar decisões que eu nunca imaginei ser capaz de fazer, mas o que eu sabia era que os tempos estavam mudando. Meus passos ecoavam pela casa silenciosa, o vazio da mansão Montanari parecia mais denso do que nunca. Todos estavam ocupados com seus próprios deveres, mas a verdadeira responsabilidade recaiu sobre mim. E eu já não podia mais fingir que não sentia o peso disso. À medida que a gravidez avançava, minha presença na família Montanari se tornava cada vez mais evidente, e o que antes parecia um espaço à margem, agora se tornava um lugar em que eu não podia mais me esconder. A minha posição, por mais que a ignorasse, estava ali eu não era mais apenas uma esposa, ou uma mulher grávi

O som dos passos apressados ecoava pela mansão como uma sinfonia de presságios. As portas se abriram com força e, num segundo, senti o chão tremer sob meus pés. Algo estava errado. Meu corpo inteiro soube antes mesmo de qualquer aviso. Era como se meu instinto gritasse para mim, me preparando para a guerra.Eles chegaram.Os Rossi.A família da minha mãe.Demoraram para emergir das sombras, mas o silêncio sempre foi apenas o disfarce da serpente antes do bote.Eu já estava de pé quando Enzo e Dante surgiram na porta do salão principal, com os semblantes duros e os olhos em alerta. Trocamos olhares breves, o tipo de olhar que diz mais do que palavras poderiam. Não havia mais tempo para planos ou estratégias. A guerra tinha batido à nossa porta, e agora era a hora de enfrentá-la.Mesmo com meu corpo inchado e dolorido, aos oito meses de gestação, não consegui me permitir recuar. Eu era uma Montanari. A esposa de Enzo. A mulher que

Duas Metades de Um Grito

((Enzo))O sangue escorria pelos meus dedos como se a vida estivesse escapando por ali. Tudo aconteceu em segundos, mas na minha mente, foi como se o tempo tivesse parado. Anna, com aquele olhar determinado, com a força de um furacão, se jogando na frente da bala... Eu vi. Vi antes mesmo dela cair. Vi o momento exato em que ela escolheu nos salvar.Ela nunca hesitou.Ela sangrava, tremia, mas ainda assim foi capaz de gritar o nome da nossa filha antes de desmaiar nos meus braços. Vitória Montanari.A dor que senti naquele instante não foi física. Foi uma ruptura interna. Um medo que me arrancou o ar dos pulmões. Era como se a bala tivesse atravessado meu próprio peito. E ali, enquanto Dante gritava ao meu lado, eu percebi, se algo acontecesse com ela, eu nunca mais seria o mesmo nem meu irmão.— Anna... não faz isso comigo. — Minha voz falhou. O desespero me dilacerava.— Você prometeu ficar comigo. Com a nossa filhaOs

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