((Enzo))
As luzes da estrada ainda dançavam na minha mente quando estacionei o carro diante da mansão. A viagem fora breve, mas suficiente para me fazer mergulhar em pensamentos dos quais tentei fugir. Ela estava bem. Foi a primeira coisa que me disseram. Mas só acreditei quando a vi na varanda, envolta numa manta, acariciando distraidamente a barriga já evidente. Minha filha. Minha mulher. As pessoas mais importantes da minha vida, aquelas por quem eu mataria ou morreria para manter seguras. Foi o que repeti em silêncio, quase como um mantra, enquanto descia do carro e caminhava até ela. O sorriso que ela me deu apagou todos os fantasmas por um instante. Mais tarde, quando ela adormeceu nos meus braços, serena, protegida, o peso voltou. Eu não sabia como isso havia se instalado em mim, mas estava ali. Não era desconfiança. Não da An