Em frente a varanda com os raios do sol, refleti, como as coisas tinham mudado rápido. Em como, em tão pouco tempo, me vi entre dois mundos, entre dois homens, e entre versões conflitantes de mim mesma. Passei a mão pelo meu próprio braço, sentindo a pele ainda sensível, como se cada toque da noite anterior tivesse deixado uma memória.Voltei da varanda e caminhei até o banheiro, lavei o rosto, e encarei meu reflexo no espelho. Havia algo nos meus olhos que eu ainda não sabia nomear. Não era culpa, nem arrependimento. Era algo mais profundo. Um cansaço emocional, talvez ou o peso de estar no centro de uma guerra não declarada.Voltei para o quarto. Enzo ainda dormia, mas se remexeu levemente. Acordaria em breve. Peguei um casaco e saí em silêncio.O corredor estava vazio, mas o ar parecia mais denso. Como se a casa toda sentisse que algo tinha mudado. O silêncio não era o mesmo. Era mais carregado. Mais atento.Desci até a cozinha. A empregada me olhou com certa surpresa, mas logo dis
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