O telefone de Helena tocava sem parar desde o episódio na empresa. Primeiramente ignorou, depois desligou o aparelho. Mas, no início da noite, enquanto organizava alguns documentos, uma batida seca na porta de seu apartamento ecoou forte.Ela sabia exatamente quem era.Ao abrir, encontrou Carlos Ferraz — seu pai —, com o rosto fechado, maxilar travado e olhos faiscando de ódio. Ao lado dele, estava Clara, sua madrasta, com uma expressão forçada de piedade.— Precisamos conversar. — Carlos entrou sem ser convidado, como sempre fez a vida inteira, como se tudo fosse propriedade dele.— Fique à vontade. Afinal, invadir meu espaço sempre foi o que vocês sabem fazer de melhor. — rebateu Helena, cruzando os braços.Carlos girou nos calcanhares, apontando o dedo no rosto dela.— Que tipo de escândalo foi aquele que você fez na empresa, Helena?! Que vergonha! Você humilhou sua irmã na frente de todo mundo, foi desrespeitosa, grosseira! Isso não se faz! — Sua voz saiu ríspida, autoritária, com
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