O último dia no Brasil amanheceu cinzento, com nuvens preguiçosas arrastando-se pelo céu como se também relutassem em partir. Isadora, por sua vez, acordou antes mesmo do sol, como sempre fazia quando a alma pesava. O corpo estava exausto, mas sua mente trabalhava em ritmo acelerado. Aquela seria uma despedida planejada, sem espaço para sentimentalismos ou atrasos.Após um banho rápido, vestiu-se com uma leveza elegante. Calça de alfaiataria branca, blusa de seda azul-marinho, e seus óculos escuros prediletos. Estava impecável. Mas era por dentro que ela estava mais forte. Já havia deixado tudo resolvido: contratos assinados, equipe grata, compromissos honrados. Cumprira sua missão.Na cafeteria discreta do hotel, tomou seu café preto sem açúcar enquanto revisava os últimos pontos da viagem. Em instantes, o carro que a levaria ao hangar estaria a caminho. O jatinho particular que a trouxe da Irlanda já aguardava abastecido, com a mesma discrição de quando chegou. Aquilo fazia parte do
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