NoahDesde o primeiro instante, eu soube que havia algo quebrado nela.Era como observar uma peça de arte antiga — bela, mas cheia de rachaduras invisíveis. Emily tinha esse jeito de sorrir com os olhos tristes, de se perder em pensamentos quando o mundo estava calmo demais. Nunca disse tudo, e talvez tenha sido isso que mais me atraiu: o mistério, o silêncio, a dor velada que eu quis curar.Mas há feridas que não se curam com presença.Há fantasmas que nem mesmo o amor espanta.E o fantasma dela tinha nome.Alexander.Nos três meses em que estivemos juntos, Emily nunca disse seu nome. Mas havia sempre uma sombra, uma ausência. Às vezes, ela acordava à noite, ofegante, olhando ao redor como se tivesse fugido de um pesadelo. Outras vezes, durante um beijo, seus olhos se perdiam por segundos longos demais.No começo, eu achei que era só trauma.Depois percebi que era amor.Distorcido. Ferido. Mas ainda presente.Mesmo assim, eu me permiti tentar.Eu a amava.Não da forma possessiva, int
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