POV: Emily
A casa parecia ainda mais silenciosa naquela manhã. Um silêncio incômodo, denso… que fazia ecoar cada batida do meu coração. Acordei sozinha — de novo. O lado dele na cama estava frio, como se nem tivesse dormido ali. Mas eu sabia o que isso significava. Alexander sempre se afastava quando se sentia exposto. Era o instinto de alguém que passou tempo demais se escondendo nas sombras da própria dor.
Mas eu não estava disposta a recuar.
Vesti-me às pressas, tentando ignorar o nó no estômago, e desci direto para a biblioteca. Desde a noite anterior algo me inquietava. A conversa. As cicatrizes. O beijo. E... uma imagem que não saía da minha cabeça: algo que eu vi de relance no estúdio. Um cofre, escondido atrás de uma estante e parcialmente encoberto por uma pintura inacabada.
Voltei ao estúdio como se algo me puxasse até lá. Um chamado silencioso.
O ambiente estava vazio, como eu esperava. A tela em branco do centro da sala agora exibia pinceladas intensas em vermelho e ci