O silêncio parecia acolher os dois naquele quarto. Lá fora, a neve continuava a cair, cobrindo o mundo com uma brancura fria, quase indiferente. Mas ali, entre quatro paredes, algo pulsava — quente, urgente, íntimo.Amanda deslizou os dedos pelo rosto de João com delicadeza. Seus olhos, normalmente firmes e gelados, agora brilhavam com uma ternura rara.— “Eu te amo, João.”Aquelas palavras, ditas em voz baixa, pareciam um sussurro contra o peito dele, um sopro que dissipava a névoa da dúvida e do passado. João, tomado pela emoção do momento, segurou o rosto dela com as duas mãos e a beijou com cuidado, como se ela fosse feita de porcelana. Um beijo que começou suave, mas logo ganhou intensidade.— “Eu também te amo, Amanda. Nunca duvide disso.”Ela fechou os olhos, permitindo-se mergulhar naquele instante. As cicatrizes internas, as dores recentes, tudo parecia distante enquanto sentia o calor do corpo de João se aproximando. Ela estava frágil, sim. Mas também estava faminta de afeto
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