EDUARDOAcordar sem sobressaltos era uma novidade. O despertador tocou baixinho, e pela primeira vez em meses, não havia correria, nem peso no peito. O ar estava leve, como se a casa respirasse junto comigo. Virei de lado e encontrei Sofia ainda dormindo, os cabelos espalhados no travesseiro, um leve sorriso nos lábios e a respiração tranquila. Beijei sua testa com cuidado, como se aquele gesto fosse um ritual sagrado, antes de sair da cama. Só o fato de vê-la ali, tão serena, era como confirmar que eu estava exatamente onde deveria estar.Na cozinha, Enzo já estava sentado, com a colher na mão e o rosto ainda meio inchado de sono, os cabelos bagunçados e o pijama amarrotado. Meus olhos marejaram sem aviso. A cena era simples, mas pra mim, era tudo.— Papai, hoje é panqueca? — ele perguntou, com uma esperança tão pura que meu coração apertou.— Hoje é panqueca — respondi, rindo e indo até ele para bagunçar seu cabelo. — E com gotinhas de chocolate, porque você merece todas as manhãs f
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