SOFIANaquela manhã, a cidade não apenas acordou — ela despertou como quem leva um tapa na cara.As ruas, os cafés, os escritórios ferviam com o mesmo assunto. Era impossível fugir. As manchetes pulsavam em cada tela, vibravam nos alto-falantes das rádios, estampavam as bancas de jornal como se gritassem:"Victor Tavares: o Império da Corrupção Ruindo em Rede Nacional."Mas não era só mais um escândalo. Não era um político qualquer pego em desvio ou uma celebridade em crise. Aquilo era um terremoto. Um nome intocável despencando do pedestal — e todos assistindo ao vivo.Sentei-me com o celular na mão, os olhos grudados na tela. O jornalista do Verdade Livre havia lançado a matéria às 5h da manhã. Em menos de uma hora, a hashtag #JustiçaContraVictor estava entre os assuntos mais comentados do mundo.Eram áudios. Muitos. Vazados cirurgicamente, como Eduardo planejou. Não havia edição, dúvida, ou defesa. Apenas a voz de Victor — clara, fria, nojenta.— “Ou você cala a boca, ou vai sair d
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