Priscila Narrando Ver o Luiz Fernando ali, dizendo aquelas palavras, mexeu comigo. Por mais que a mágoa ainda estivesse viva dentro de mim, eu sabia que ele estava certo em uma coisa: o nosso filho precisava da gente, juntos, presentes, mesmo que não mais como casal.Respirei fundo, tentando controlar a emoção que subia no meu peito.— Eu também quero isso, Luiz. Quero que o nosso filho tenha uma base, que ele se sinta seguro, amado. E por mais que eu não consiga mais olhar pra você como antes… eu respeito o pai que você está tentando ser.Ele assentiu, parecendo aliviado. E por um instante, o clima entre a gente ficou leve. Não era reconciliação, era amadurecimento.Depois que ele saiu, fui até o quarto do Luizinho e o encontrei dormindo, abraçado com o boneco favorito. Me ajoelhei ao lado da cama, acariciei seus cabelos e sussurrei:— Mamãe vai fazer de tudo pra sua vida ser linda, meu amor. E ninguém vai tirar isso de você. Ninguém.A dor ainda existia. Mas agora, ela vinha acompa

Neuza Narrando Quando o telefone tocou e vi o nome do Everton na tela, meu coração já apertou. Atendi rápido, com aquele pressentimento que mãe sente.— Dona Neuza... — ele começou, com a voz séria. — A Priscila teve um surto. Descobriu tudo, que o Luiz Fernando e a Sophie se uniram... e perdeu o controle. Quebrou as coisas em casa. O Luizinho viu tudo... ficou assustado.Meu sangue ferveu na hora.— Meu Deus... meu neto presenciando uma cena dessas? — falei, tentando manter a calma, mas por dentro eu já tava em chamas.— Eu tô com eles, tô cuidando dela... mas achei que a senhora precisava saber.Agradeci pela ligação e desliguei. Sentei no sofá, respirei fundo. Mas não teve paz. A raiva crescia dentro de mim como fogo em mato seco. A Sophie… aquela mulherzinha sonsa, arrogante, invejosa… conseguiu o que queria. Fez minha filha se desestabilizar, fez meu neto presenciar o pior momento da mãe.Mas ela mexeu com a filha errada. Mexeu com a família errada.Ali, sentada naquele sofá, eu

Priscila Narrando Acordei com aquela sensação estranha no peito, como se algo ruim estivesse prestes a acontecer. Tentei ignorar, levantei da cama e fui direto pro quarto do Luizinho. Ele ainda dormia, com a respiração calma e aquele jeitinho tranquilo que só as crianças têm. Me sentei na beira da cama e fiquei observando meu menino. Ele era meu porto seguro, minha razão, meu tudo.Depois de uns minutos ali, levantei e fui preparar o café. A casa ainda estava em silêncio, e eu tentei me concentrar nas pequenas coisas: o cheiro do café, o pão torrando, o som do passarinho na janela. Mas dentro de mim, tinha uma inquietação.Quando a babá chegou, eu me despedi do meu filho com um beijo na testa, pedi que ela ficasse atenta a qualquer coisa, e saí. Peguei o carro e fui direto pro escritório. No caminho, meu celular vibrou algumas vezes, mensagens de colegas, coisas do trabalho… Mas havia algo ali que me fazia ficar atenta. Um pressentimento.Cheguei no trabalho e tentei me focar. Cumpri