Priscila Narrando
Eu congelei na hora que vi meu pai sentado ali, no sofá da sala da minha mãe. Foram anos sem vê-lo, sem ouvir sua voz... e agora ele estava ali, de repente, como se não tivesse passado todo esse tempo longe. Meu coração disparou, minhas mãos suaram, e por um segundo, eu não consegui me mexer.
Everton apertou minha mão, me dando a força que eu nem sabia que precisava naquele momento. Respirei fundo e tentei manter a postura, mas dentro de mim era só confusão.
— Pai... — minha voz saiu baixa, quase falhando.
Ele se levantou, sem dizer nada de imediato. Eu não sabia se corria, se chorava, se gritava. Era um turbilhão de sentimentos. Raiva, saudade, mágoa, tudo misturado.
— Eu... eu achei que você nunca mais fosse aparecer. — continuei, a voz tremendo.
Ele suspirou, e o olhar dele parecia carregado de arrependimento.
— Eu errei, filha. Eu sei. Mas eu tô aqui agora porque a sua mãe me ligou. E eu não podia ficar longe depois de tudo que aconteceu.
Olhei pra minha mãe, de