Everton Narrando Quando a Priscila falou que a contração tinha vindo mais forte, eu já comecei a suar frio. Não adiantava fingir que tava calmo, porque meu coração tava acelerado feito bateria de escola de samba. Eu sabia que esse momento ia chegar, mas saber não é o mesmo que viver, né? Fui até a porta, voltei, peguei a bolsa da maternidade, conferi fralda, roupinha, documento, carteira, celular, carregador… tudo. A Priscila ria do meu nervosismo, e a dona Neuza me olhava como quem via um filho entrar em parafuso.— Tá tudo sob controle, Everton — ela disse, colocando a mão no meu ombro. — Agora respira. Quem vai parir é ela, não você.— Mas sou eu que vou ter que ficar forte por ela — respondi, olhando pra Pri deitada no sofá com o Luizinho encostado no ombro dela.Ela me olhou naquele momento com um sorriso tão doce, tão sereno, que me desmontou. Como ela conseguia ficar tão linda, tão forte, tão ela… mesmo sentindo dor?— Amor, se acalma… — ela disse baixinho — Só vou conseguir f
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