Patrick Narrando

A verdade é que, mesmo com tudo o que aconteceu, eu ainda tava tentando entender o turbilhão de coisas que se desenrolaram desde que voltei. Ver minha irmã grávida, feliz, recomeçando a vida dela com um cara que claramente ama ela e o meu sobrinho como se fosse filho de sangue… Isso mexeu comigo. Eu fiquei andando de um lado pro outro no quintal, tentando absorver tudo. A casa da minha mãe tava mais cheia de vida do que nunca, cheia de vozes, cheiros, abraços e até risadas, e eu sentia que finalmente tava no lugar certo.

Respirei fundo, encostei na parede e olhei pro céu. Era fim de tarde, aquele céu alaranjado bonito, e eu pensei no quanto a gente é testado nessa vida. Mas também pensei em como a gente sempre dá um jeito de levantar. Ouvi a voz do Luizinho lá dentro, empolgado, contando pra minha mãe que o Everton tinha levado ele no jogo e ainda deram risada comendo lanche. Sorri sozinho. O moleque tava feliz, e isso era o mais importante.

Entrei de volta e vi a me