Priscila Narrando
Ainda sentia meu corpo tremendo por dentro, mesmo depois que o Luiz Fernando foi embora. Era como se ele tivesse deixado um rastro de veneno no ar, um frio que me arrepiava até a alma. Mas quando olhava pro Everton, tudo acalmava. Ele era o meu porto seguro... meu amor, meu abrigo. Sentei no sofá tentando disfarçar o nó na garganta. Luizinho corria pela casa com uma alegria inocente, alheio à tempestade que quase nos atingiu.
— Mãe, olha aqui! Eu fiz um desenho da nossa família! — ele veio correndo e me mostrou um papel todo colorido.
Tinha eu, ele, Everton e uma menininha de vestido rosa. Meu coração quase explodiu.
— Tá lindo, filho. Muito lindo… — sorri, tentando segurar as lágrimas.
— Eu desenhei a irmãzinha assim porque acho que ela vai gostar de rosa!
Everton apareceu na porta da cozinha com dois copos de suco na mão e sorriu quando viu o desenho.
— Ficou top, campeão. A gente vai guardar esse desenho pra quando ela nascer, né?
Luizinho assentiu animado.
Depoi